terça-feira, 8 de abril de 2025

O materialismo na ciência: emergentismo e reducionismo

Observação: este pequeno texto serve para qualquer grupo ou página de ciências em geral.

O materialismo é uma visão filosófica que sustenta que a matéria e a energia são as substâncias fundamentais da realidade. Em outras palavras, tudo o que existe é composto de matéria e energia, e os fenômenos (como consciência e emoções) podem ser explicados em termos de interações materiais e energéticas.
Na ciência há dois tipos principais de materialismo:
1 - Materialismo Reducionista
Defende a ideia que as propriedades de um todo são a soma das propriedades de suas partes.
2 - Materialismo Emergentista
Postula que propriedades novas surgem quando a matéria se torna mais complexa. São as propriedades emergentes, presentes principalmente em sistemas complexos, como na evolução do universo, na origem dos seres vivos e do ser humano.
Neste caso pode-se considerar que o todo é maior que a soma das suas partes.
Estes dois modos de ver a natureza afirma que tudo pode ser entendido e explicado por meio de processos naturais, leis naturais, energias e fenômenos emergentes, sem a necessidade de intervenções sobrenaturais ou metafísicas. Na realidade são praticamente iguais, já que nenhum dos dois admite um universo onde forças, agentes, etc., provém do sobrenatural, imaterial ou transcendental.
O que acho impressionante nos debates entre criacionistas e evolucionistas, os primeiros se fixam nas limitações do reducionismo, sequer mencionando os sistemas complexos e as propriedades emergentes. E olhe que já vi cientistas, poucos, mas convictos, defensores do criacionismo, citar as propriedades emergentes como algo ilusório, uma "mágica" não existente na natureza!

sexta-feira, 28 de março de 2025

O valor religioso como um valor neural

Um adulto conta uma história a uma criança enferma sobre algo muito bom e poderoso curando outra criança com a mesma doença.

Ela cresce ouvindo falar desse "algo" em muitas situações, de pessoas a lugares, de pessoas próximas e até desconhecidas, na sua casa, na escola e até brincando com outras.
Muitos fatos positivos estão relacionados com esse "algo" em sua memória até que em um dia, naturalmente, por alguém ou algum fato, sentimentos se encontram com esse "algo".

Ela passa a gostar dele e não só isso: aprende a colocá-lo em sua própria vida, a buscar nele respostas a certos enigmas de sua existência, do mundo, das relações sociais, amorosas, etc.
Aprende ainda a falar com ele, pedir, orar para o bem, seja ao presente ou ao futuro.

O terá acessível em qualquer momento ou local, se sentirá ótima quando sempre com ele.
Na realidade, durante todo o tempo, e de até antes da história da cura, circuitos neurais se modificavam, novos dendritos se formavam, a neuroplasticidade tinha lugar em muitos sítios do seu cérebro.

Realmente solidificaram muitas informações com sentimentos e emoções nessa pessoa a ponto de ajudá-la em muitas situações. Formou-se um valor religioso dentre outros relacionados a esse "algo".

Você já percebeu que esse "algo" é Deus, o maior valor religioso do cristianismo, assim como existem outros valores de outras religiões e que são diferentes.

Na verdade, tudo isso não significa que eles existam realmente: são produtos da imaginação das pessoas via ensinamentos despertando sentimentos e emoções, tendo muita força quando evocados em orações e práticas religiosas. Por isso a existência de muitas religiões em todas as épocas e lugares do planeta.

De valores religiosos a valores neuronais ou neurais.
De valor religioso a valor neuronal ou neural.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Uma das grandes características da consciência humana:

Pense nas primeiras recordações da sua vida: seus pais, irmãos, a frente da sua casa, a sala, seu quarto, alguns amiguinhos, etc. O número é grande. 

Por volta dos quatro anos de idade é que tomamos contato não apenas com lembranças assim, mas algo também profundo. Era você quem via, interagia com tudo, ou seja, você era o "ator" da realidade à sua volta e de você mesmo onde estivesse. A sua consciência estava presente pela primeira vez na sua vida.
Você não apenas sabia, em termos lógicos, que era você, mas também sentia. Era um sentimento também junto a pensamentos e ideias lógicas sobre a pessoa ali, você dentro de você!

Você cresceu, passou por todas as fases da vida de uma pessoa, infância, adolescência, juventude, adulta e idoso. Seu corpo mudou muito desde então. Você passou por experiências de vida nunca imaginadas e outras sem importância alguma. O modo de como via e interpretava o mundo mudou também e várias vezes. Sua personalidade foi se formando, transformando, e você chegou à maturidade. Opiniões, sabores, ideias, atitudes, comportamentos, enfim, uma gama muito grande de fatores de quem era e é você hoje também mudou. Mas aquele sentimento e como você era é e nunca mudou... Ele continua intacto desde a sua infância. 

Sentimentos e emoções como produtos da evolução:

É um absurdo dizer que os nossos sentimentos e emoções não foram selecionados pela evolução, porque não existe nada em excesso, a mais, "sobrando", talvez com raríssimas exceções, pertencendo às nossas estruturas e funções, sendo a vida emocional e sentimental de nós humanos riquíssimas em detalhes e muito importante para nós. 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Para que cérebros?

Nas religiões se diz que um deus ou vários deles, se forem politeístas, nos criaram, os humanos. 

Por que colocaram um cérebro, o sistema mais complexo existente, se um agente sobrenatural, uma alma ou algum espírito, por exemplo, desse conta da nossa cognição, sentimentos e emoções, assim como em todas as funções corporais por ele influenciadas? 

Nenhum deles seria capaz? 

Onde estariam a onisciência, a onipresença e a onipotência de tais deuses? 

 

Argos Arruda Pinto - https://www.pensador.com/autor/argos_arruda_pinto/) - Pensador UOL