Desde os primeiros seres
vivos unicelulares na Terra, eles recebiam estímulos positivos e
negativos do meio ambiente.
Alimentos a funcionar o
metabolismo de um deles era um grande estímulo positivo e, ao contrário, uma fonte
de calor, não percebida ou “sentida", deixando-o sem ação a se afastar
dela, o destruiria por completo.
Esses pequenos seres só evoluíam
e se reproduziam a partir de mecanismos protetores de si mesmos e deixando
descendentes adaptados aos meios ambientes nos quais viviam.
Sempre foi assim na história da
vida e também com os organismos pluricelulares. Só que alguns destes se valeram
de sistemas especializados, específicos, como o digestivo, circulatório, etc.,
mantendo-os vivos conforme suas complexidades sempre crescentes. Então, um
determinado sistema desses foi crucial para a sobrevivência de várias espécies
porque possuía a capacidade de receber informações do meio natural,
processava-os e reagia de modo adequado ao indivíduo sobreviver: digo do
sistema nervoso. Ele evoluiu também chegando ao ápice de desenvolvimento com a
cognição, consciência, sentimentos e emoções de nós seres humanos.
Neste capítulo eu utilizo a
palavra "bem" designando qualquer estímulo benéfico aos humanos,
desde uma mudança climática favorável à sobrevivência de um grupo de antigos
caçadores coletores até o desaparecimento de uma dor a estimular uma pessoa a
voltar a trabalhar. Quer dizer, estímulos externos e internos. E por
"mal" o totalmente ao contrário, os estímulos negativos dos meios
externos e internos: de uma seca não permitindo o plantio de um alimento
essencial à vida de um grupo de pessoas em determinado local, a uma doença causada
por algum desarranjo no funcionamento de um órgão devido a um fator genético.
O mal traz sofrimento, de alguns
segundos a uma vida inteira, dependendo, logicamente, da sua natureza. Males
físicos e/ou emocionais. Como nós humanos lidariam com tudo isto? Se você pudesse perguntar a um cão sobre qual
seria o maior incômodo a ele em sua vida, certamente seria o mal em todas as
suas manifestações: dor, fome, sede, animais inimigos, frio, calor, etc. Para
tanto essa pergunta teria a consciência dele para responder e então ele
entraria em questões existenciais como eu descrevo neste capítulo,
complementando uma das grandes faces de nossa condição humana na Terra.
Informações, orações e conceitos, sobre a religião local, considerada
absoluta, verdadeira, àquele povo que a segue, passados às crianças desde muito
cedo, se transformarão em valores religiosos nos quais elas se apoiarão nas
práticas religiosas e lhes farão bem emocionalmente falando.
São muitos anos de contato com conceitos em que ficarão fortemente
arraigados em seus cérebros possuindo muita força quando das orações, preces,
rituais, etc., envolvendo muita concentração, ou seja, quando evocados,
praticados.
Não é correto dizer: se você nasce no Brasil é cristão; se nasce na
Índia é hinduísta. Isso dependerá dos valores religiosos aprendidos por você
desde criança pelos seus pais, parentes, amigos, etc., da religião local
seguida por eles. Ninguém nasce, por exemplo, com Deus já na própria mente,
antes de ser ensinado, como, em uma simples comparação, com as cores pelos
olhos e cérebro ou a sensação doce do açúcar.
Levo essas coisas pelo lado materialista sendo que não acredito em
divindades, alma ou espírito a levar consolo, bem-estar, conforto, etc.,
bastando a "força cerebral". Ou seja, tudo o que eu disse nos dois
parágrafos acima são memórias que, quando estimuladas, atuarão em liberar
hormônios, neurotransmissores, outras substâncias, também promovendo a
neuroplasticidade como já se constatou em tomógrafos, deixando o cérebro
capacitado a um melhor funcionamento em termos de sentimentos e emoções. Deus,
deuses de todas as religiões, alma e espírito seriam apenas entes imaginários.
Tudo isso também faria uma parte considerável sobre a explicação da
existência das muitas quantidades de religiões e crenças pelo mundo, de ontem e
de hoje: pessoas foram ensinadas diferentemente em seus locais de origem e
desde pequenas com respeito a valores religiosos.
Não é à toa, portanto, que as práticas religiosas de todas elas, até com
algumas afinidades, mas principalmente diferenças, fazem bem aos seus adeptos.
Uma consequência desses fatos seria o fato de que cada crente considera
absolutas as verdades, as crenças, de sua própria religião e não das outras.
Mas o que existe de absoluto mesmo, nos seres humanos, são o acreditar e a fé,
da nossa natureza como indivíduos, nos possibilitando acreditar e por fé em
nossas crenças, criadas por nós mesmos.
Acredito em uma explicação existencial para o ser humano sempre formular
crenças e sistemas de crenças, tendo uma ligação primordial com a consciência e
o amor-próprio. Como nós humanos, inteligentes, conscientes de nós mesmos e do
mundo que nos cerca, e com amor-próprio no sentido que queremos o nosso bem, no
planeta há centenas de milhares de anos, conseguiríamos conviver com o bem e o
mal citados na “Introdução” e com questões existenciais, podendo elas abalar o
nosso equilíbrio emocional, levando-nos até à doenças e colocando em risco a
sobrevivência da espécie, a partir de questionamentos a respeito de nós mesmos,
nossas vidas, o mundo, e a morte?
Coloco então aqui resumidamente as questões existenciais:
1 - Nós: "Quem sou eu? O que sou eu? O que faço aqui neste mundo?
Por que estou aqui? Há uma finalidade para eu estar vivo?".
2 - Nossas vidas: "Qual o sentido da vida? Por que vivemos? Para
que vivemos? Existe uma finalidade? Se sim, qual seria?".
3 - A morte: "Para onde vou após a morte? Por que ela existe?
Voltarei? Por que uns morrem primeiro a outros independentes de tudo? Depois
dela há vida em outro lugar? Encontrarei os meus entes queridos que já se foram
e aqueles ainda por irem?".
4 - O mundo: "De onde veio tudo que eu vejo? Este mundo? O que é ele?
Existem outros?".
E uma das piores questões, sobre a vida e a morte, deixando em agonia a
grande maioria das pessoas já vividas na Terra e as que ainda vivem: "A
única certeza da vida é a morte!".
E foi assim desde o primeiro humano...
Em minha opinião, a saída para essas questões sempre fora a invenção de
crenças e sistemas de crenças, chegando-se ou não nas religiões em todas as
épocas e lugares, mas sempre se formando valores religiosos nessas crenças como
deuses, outros entes divinos, rituais, sacrifícios, danças, etc.,
acreditando-se e colocando-se a fé nesses valores.
Entro em contato com filósofos, filósofos religiosos e teólogos na
tentativa de obter informações a respeito de se ultrapassar uma linha, digamos
assim, separando o que eu sempre penso sobre o fato de todas as religiões serem
benéficas aos seus adeptos juntamente com outro fato, já descrito por mim neste
texto: se cada adepto de uma religião a considera absoluta, verdadeira, qual
seria realmente a correta?
Deve existir algo a
mais à frente desta questão a qual não consigo uma resposta satisfatória desses
estudiosos: eles sempre param a conversa em suas religiões de origem
considerando-as verdadeiras. Não sei se porque são religiosos mesmos ou por
terem medo de serem chamados de ateus, prejudicando suas carreiras, porque, na
verdade, a única saída a essa questão, a única existente, e aqui entra a minha
opinião, seria admitir que fosse o cérebro é quem faz tudo, dependendo dos
ensinamentos religiosos passados a eles desde crianças, assim como em todas as
pessoas.
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