Escrito em: 24/03/2018.
Atualizado em: 15/07/2022.
Palavras-chave: Andrew Newberg, neurociência, neuroteologia, oração, meditação, religião, crença, relativismo religioso.
Introdução
Este artigo foi escrito baseado na página de pesquisa do site < http://andrewnewberg.com/research > do neurocientista estadunidense Andrew Newberg (1966-), sendo resultado de suas experiências com o psiquiatra e antropólogo também estadunidense Eugene d'Aquili (1940-1998), e de um artigo de Newberg e colaboradores com as devidas referências. Não são muitas as informações contidas no site de Newberg, mas, além de importantes na neurociência, são também famosas porque descrevem alguns resultados e ideias dele sobre monges budistas tibetanos e freiras franciscanas, meditando e orando, respectivamente, sendo os cérebros escaneados pelo equipamento eletrônico sofisticado SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único). Faço analogias com o que eu havia escrito e escrevo nos meus blogs sobre o relativismo religioso, as crenças e as religiões, para os quais eu deixei maiores detalhes destes assuntos nas notas um e dois.
O artigo
Uma das razões porque escrevi e escrevo sobre este assunto é devido a minha sempre vontade de analisar o ser humano como ele é, sua natureza, para depois analisá-lo com respeito às influências do meio ambiente social no qual vive. As experiências de Andrew Newberg com monges budistas e freiras católicas confirmaram minhas expectativas sobre o relativismo religioso.
Andrew Newberg, com todas as experiências que fez, cunhou o termo neuroteologia, uma nova disciplina, um ramo da neurociência a se estudar o que acontece com o cérebro quando das experiências religiosas e meditações.
No item da página no site de Newberg "Why do we believe what we believe?" (Por que acreditamos no que acreditamos?), é dito: "[...] nossas crenças começam a se desenvolver no momento em que nascemos e somos pré-programados para acreditar em certos aspectos. No entanto, essas formas são moldadas por tudo o que pensamos, sentimos e experimentamos ao longo da nossa vida [...]". A educação das crianças pelos pais e a influência dos parentes e amigos, ou seja, o meio ambiente social, termo que uso muito, influencia nas crenças que as crianças, salvo exceções, levarão para o resto das vidas delas. São os poderosos valores religiosos passados a nós como verdades absolutas da religião na qual, principalmente os nossos pais, sendo adeptos, passaram para nós. No cristianismo: Deus, Bíblia, Os Dez Mandamentos (que possui até regras de condutas sociais como "não roubarás", "não matarás", etc.), a oração "O Pai Nosso", a oração "Ave Maria", etc. São valores muito intensos, os quais, quando evocados, levarão as pessoas a estados mentais também intensos, percebendo-se pelas experiências de Newberg, modificações em estruturas e/ou funcionais em áreas cerebrais, a neuroplasticidade. (1)
Ainda no mesmo item anterior você poderá ler: "[...] mas também podemos ter crenças sobre [o] significado e propósito na vida, sobre religião e sobre as profundas complexidades do universo. Como nossas crenças são tão importantes para nossa sobrevivência, temos uma tendência a manter essas crenças muito fortemente, mesmo quando apresentadas com opiniões ou fatos opostos [...]". E aqui está um dos maiores argumentos das minhas ideias na qual eu digo da importância para nós seres humanos, da época em que a consciência nos apareceu e mostrou, junto a nossa inteligência, o quão difícil seria entender questões muito complexas e aterradoras para um ser se ele não acreditasse em nada e que menciono em vários artigos meus: "qual o sentido da vida?", "para onde vamos após a morte?", "quem somos nós?", "quem nos criou em primeiro lugar? (pois nos deparávamos com o fato de mulheres gerando filhos e quem haveria gerado a primeira mulher?)", "existe vida após a morte?", "existe o bem, mas também o mal, e por quê?", etc. Questões essas podendo levar a desequilíbrios emocionais aos primeiros homens, repito, inteligentes e conscientes de si e do mundo que os rodeavam, as quais a nossa espécie poderia perecer por não poder levar uma vida plenamente quanto aos fatores indispensáveis à perpetuação como, por exemplo, a reprodução.
Então os nossos valores religiosos, nossas religiões, estariam ligadas à evolução humana? Sim, como é mencionado no item "Are we ‘hard-wired’ for God?” (Somos ‘ligação’, ‘fio’, para Deus?): "[...] No entanto, o que podemos dizer é que o cérebro tem duas funções primárias que podem ser consideradas de uma perspectiva biológica ou evolutiva. Essas duas funções são automanutenção e auto transcendência. O cérebro realiza essas duas funções ao longo de nossas vidas. Acontece que a religião também realiza essas duas funções. Então, do ponto de vista do cérebro, a religião é uma ferramenta maravilhosa porque ela ajuda o cérebro a desempenhar suas funções primárias [...]". (2)
Newberg constatou, durante a meditação dos monges, o seguinte fato descrito no item "How do meditation and prayer change our brains?" (Como a meditação e a oração mudam nossos cérebros?): "[...] Quando escaneamos os cérebros dos meditadores budistas tibetanos, encontramos diminuição da atividade no lobo parietal durante a meditação [...] Esta área do cérebro é responsável por nos dar uma sensação de nossa orientação no espaço e no tempo. Nós levantamos a hipótese de que o bloqueio de todas as entradas sensoriais e cognitivas nesta área durante a meditação está associado à sensação de não espaço e sem tempo tão frequentemente descrito na meditação [...]".
Os budistas acreditam em uma lei de interdependência entre todas as coisas no Universo, na Terra. (3) Nos estados mentais produzidos nos monges, eles se sentiram em comunhão com o meio ambiente, não havendo espaço separando-os desse próprio meio.
Vince Rause foi colaborador de Andrew Newberg e Eugene d'Aquili para escrever o livro "Why God Won't Go Away" (Por que Deus não Vai Embora), sem tradução ao português. Na verdade ele foi responsável de passar de forma mais simples as palavras, expressões, etc., dos outros dois para o público mais leigo. Ele almoçou com Newberg quando este explicou basicamente sobre as pesquisas e resultados que levariam ao livro e relatou os principais pontos da conversa para o Los Angeles Times, em uma edição de 15/07/2001. (4) Em suas palavras:
"Nos experimentos, Newberg e D'Aquili usaram uma tecnologia chamada varredura SPECT para mapear os cérebros de vários budistas tibetanos enquanto mergulhavam em estados meditativos. Mais tarde, eles fizeram o mesmo com as freiras franciscanas que estavam engajadas em oração profunda e contemplativa. As varreduras fotografaram níveis de atividade neural no cérebro de cada sujeito no momento em que essa pessoa atingiu um pico espiritual intenso. Os budistas normalmente descreviam esse momento como uma fusão em uma unidade maior e uma sensação de perder o eu. Os franciscanos descreveram isso como uma sensação de um eu mais profundo e verdadeiro sendo atraído para a unidade com Deus. Quando estudaram os exames, a atenção de Newberg e D'Aquili foi atraída para um pedaço do lobo parietal do cérebro que eles chamaram de área de associação de orientação. A área é responsável por definir os limites do eu físico e por gerar as percepções do espaço no qual esse eu pode ser orientado. Em termos mais simples, traça a linha entre o eu e o resto da existência. Esta é uma tarefa de complexidade impressionante, que requer um fluxo constante de informações neurais que fluem dos sentidos. O que os exames revelaram, no entanto, foi que nos momentos de pico de oração e meditação, o fluxo de impulsos neurais para o lobo parietal era drasticamente reduzido [...] O que Newberg e D'Aquili haviam capturado, ao que parecia, eram instantâneos do cérebro se aproximando de um estado de transcendência mística, que todas as religiões conhecidas descreveram, em vários termos, como a mais profunda de todas as experiências espirituais. Os budistas chamam isso de ‘unicidade’. É a ‘união mística’ com Deus descrito pelos santos católicos. Para os hindus, é a união do ‘Último’ [final, último, derradeiro, definitivo, irrevogável] com ‘Atman’ [a alma, espírito ou sopro de vida], respectivamente, ‘Brahman-Atman’, e para os místicos islâmicos se reflete nos conceitos de aniquilação e renascimento (‘fana’ e ‘baqa’), que levam, através da entrega espiritual, a uma união íntima com Deus".
Segundo o mestrando em Metafísica Danillo Camillo César, em 2020, pela Universidade de Brasília (UnB), (5), com respeito à antiga filosofia indiana, o Bramanismo, a base, a coluna principal desta cultura milenar onde hoje é a Índia e regiões próximas, e o qual hoje é chamado de hinduísmo, é imprescindível o estabelecimento, em qualquer discussão sobre o Bramanismo, dos conceitos de Brahman e Atman, para se investigar a realidade.
Veja que os monges e as freiras tiveram a mesma área cerebral afetada, mas as interpretações daquilo que sentiram foram de acordo com os próprios valores religiosos de cada um! Com tudo aquilo que aprenderam e que se tornaram valores religiosos absolutos para eles, inclusive sendo uma grande evidência do relativismo religioso. Nenhum deles interpretou como valores religiosos de outras religiões ou crenças, ou ainda que seus sentimentos e emoções, pelas experiências, não estavam de acordo com as próprias crenças desacreditando as experiências. Isto para mim faz parte do relativismo religioso, em que cada um considera os seus valores como absolutos, não acreditando e até desprezando os valores das outras religiões, mas, na realidade, são relativos. Se Deus fosse absoluto, a Verdade Absoluta, por que ele não apareceria nos comentários dos budistas? E por que as freiras pensaram no Deus cristão sem citar nenhum outro valor religioso de outra religião? (6) Ele estaria mostrando ao mundo que existem realmente muitos deuses e entidades diferentes, todos ao mesmo tempo!
Ele chegou a escrever um artigo, com outros dois cientistas, intitulado "Comparison of Different Measures of Religiousness and Spirituality: Implications for Neurotheological Research" (Comparação de Diferentes Medidas de Religiosidade e Espiritualidade: Implicações para a Pesquisa Neuroteológica) (7), em 2019, com a finalidade, segundo eles mesmos de: "[...] revelar uma variedade de dados interessantes sobre aspectos subjetivos de crenças religiosas e espirituais que poderiam ser utilizados para desenvolver estudos futuros de tais crenças, bem como avançar estudos neuroteológicos explorando a conexão entre os processos cerebrais e o emocional, elementos cognitivos e experienciais dos fenômenos religiosos e espirituais [...]". Eles compararam vários questionários [com pessoas de diferentes religiões] subjetivos, "avaliando dimensões neuropsicológicas da religiosidade", como disseram. Também pelo fato da neuroteologia ser de caráter multidisciplinar e, portanto, querer se buscar metodologias eficientes, poderosas, para este "campo distinto de estudos que incorpora ideias filosóficas e teológicas, crenças e práticas religiosas e espirituais, tópicos sobre a mente e a consciência humanas e aspectos relacionados à saúde e bem-estar humanos". Basicamente é isto, mas algumas das frases e métodos deles me chamaram a atenção. Irei até enumerá-los a fim de maior clareza:
1 - Como é descrito no artigo: "A identificação religiosa foi a seguinte: 34 católicos, 60 protestantes, 33 outros cristãos, 15 judeus, 12 muçulmanos, 17 pagão-terrestres, 98 ateus e 96 que se identificaram como de espiritualidades diferentes". Somando os católicos, protestantes, outros cristãos, judeus, muçulmanos, e, dos 96 de espiritualidades diferentes, não significando que dentre estes não há um sequer que não acredita em Deus, a grande maioria são de pessoas crentes em Deus. Então, sobre o principal valor religioso, um deus, se teria certamente respostas, crenças, valores, etc., no deus cristão;
2 - O primeiro resultado é relatado assim: "Das pessoas pesquisadas que afirmaram estar praticando uma religião atualmente, 84% responderam que acreditavam em Deus, 11% responderam que não acreditavam em Deus e 5% não responderam". Pelo item um, este resultado é óbvio pois as pessoas são em grande maioria crentes em Deus;
3 - O segundo resultado diz: "Esta é uma descoberta intrigante, pois as pessoas que praticam uma religião acreditam em Deus [...]". Por que intrigante se católicos, protestantes, "outros cristãos", judeus e muçulmanos, possuem Deus como o maior valor religioso? Nenhum destes seriam adeptos de suas religiões se não acreditassem em Deus. Isto é óbvio.
4 - Houve resultados gerais que comento dois: "[...] e pessoas que acreditam em Deus que não praticam religião [...]". Conheço muitas pessoas assim; é muito comum, inclusive elas respeitam e muito as práticas cristãs, e, eventualmente rezam ou realizam preces;
5 - Eles chegaram também em duas porcentagens fáceis de entender: "[...] Das pessoas que atualmente praticam o budismo, 30% responderam que acreditam em Deus, e dos indivíduos que praticam filosofias seculares, 50% responderam que acreditam em Deus [...]". Influência dos meios nos quais vivem, principalmente se for aos EUA ou em outros países ocidentais. Embora este resultado não seja mencionado onde eles vivem, provavelmente é nos Estados Unidos, pois não precisariam ir buscar em muitos lugares do planeta para tanto, inclusive para diminuir custos;
6 - Por outro lado, deixei esta por último: "[...] Descobertas significativas foram que 100% dos protestantes e muçulmanos praticantes afirmaram que acreditavam em Deus [...]". Ora, protestantes são cristãos e os muçulmanos acreditam em Deus, o mesmo do Cristianismo, porque a primeira condição essencial, indispensável, para ser um protestante ou um muçulmano, é acreditar em Deus! Caso contrário essas pessoas não pertenceriam a essas religiões. Evidente a diferença entre estas duas religiões em outras crenças como, por exemplo, a respeito de Cristo, o qual Ele é um messias no Cristianismo, filho de Deus, e apenas um profeta em nível terreno, sendo Maomé a principal figura do Islamismo, ao qual o anjo Gabriel lhe passou versos do próprio Deus, resultando mais tarde no Alcorão, o livro sagrado do Islão.
Este meu artigo é, evidentemente, sério, mas, Newberg, que me perdoe você leitor, colocar uma informação assim tão óbvia em um artigo de nível mundial é uma palhaçada! Seria apenas uma informação comum, trivial, a ser apenas, talvez, arquivada.
Andrew Newberg se concentrou apenas na religião cristã, nos valores cristãos, desde as experiências com as freiras, sendo os budistas praticantes de meditações, com um ou outro que acredita em Deus, mas também podem acreditar em outros deuses como aqueles do hinduísmo, e nesses estudos relatados nos primeiros parágrafos acima, direcionaram claramente para os valores do Cristianismo. Ele se tornou um cientista muito famoso, rico, escreveu dez livros e mais de 200 artigos sobre as suas pesquisas, ganhou muito dinheiro inclusive como palestrante, mas não deixou que a Neurociência, a Psicologia, a Neurologia e ciências afins se expandirem a respeito da criação de valores religiosos pelas nossas mentes, em nosso potencial criativo, em nossa imaginação, desde a contínua e evolutiva organização do ser humano aqui na Terra. Se colocasse hinduístas, xintoístas japoneses, etc., em suas experiências, como eu disse anteriormente, estes religiosos acabariam por interpretar as suas sensações como ligadas às suas crenças, muito diferentes das cristãs. Não quis conjecturar que Deus é um produto da mente, que os outros deuses das outras religiões também o são. Ele mostraria uma grande evidência ao mundo sobre a existência de muitos deuses e entidades diferentes existindo ao mesmo tempo! Seria correto então supor todas as crenças humanas como produtos da mente, mas não o fez. O artigo dele que citei mostra a intenção de promover a Neuroteologia e nada mais; por isto coloquei aqui.
Vince Rause disse sobre o hinduísmo no depoimento ao Los Angeles Times e até hoje não se fez experiências com eles e acredito que nunca farão. Pelo menos Andrew Newberg. Talvez Rause levou uma bronca dele pelo fato de comentar da também união com Brahman-Atman e o que existe em todas as religiões com a frase "[...] O que Newberg e D'Aquili haviam capturado, ao que parecia, eram instantâneos do cérebro se aproximando de um estado de transcendência mística, que todas as religiões conhecidas descreveram, em vários termos, como a mais profunda de todas as experiências espirituais [...]". Isto reforça os meus argumentos a respeito das minhas ideias de que todo o sobrenatural criado até hoje vem do cérebro e da mente, somente assim.
Newberg sabe muito bem da importância dos valores religiosos e das religiões, como qualquer pessoa, diferentes entre si com alguns aspectos iguais ou parecidos, para os seres humanos de todas as épocas e locais... Talvez não ficasse tão famoso e rico se realizasse as suas experiências com mais religiosos, mas seria reconhecido sim como um grande cientista. Colocou a ambição pessoal na frente do desenvolvimento da Ciência.
Notas
(1) No relativismo religioso eu considero as diferenças entre as religiões como fundamental para entendê-lo. Veja a referência (8).
(2) O relativismo religioso diz haver apenas uma religião verdadeira entre todas as outras. Como pode tamanha pretensão se se as outras não fossem verdadeiras, os adeptos abandonaram a todas por não serem eficientes, benéficas a si mesmas? Simplesmente haveria uma tendência a desaparecer. Acredito nisso! Uma pessoa acredita na própria religião e nos seus valores religiosos como absolutos, corretos em relação às outras, sendo essas outras religiões também crentes da mesma maneira, ou seja, na realidade, é tudo relativo. Simplificando, cada religião se acha a correta. Existe somente de absoluto no ser humano, desde quando nasce, a capacidade de acreditar, possuir fé, mas, em quê? Naquilo posteriormente ensinados como valores religiosos em seu meio ambiente social. Para cada povo, em todo lugar e época, criaram-se valores religiosos e passaram de pais para filhos, nos próprios ambientes sociais, ensinamentos nos quais eram absolutos para eles. O meio ambiente social é tudo aquilo influenciando o desenvolvimento de uma criança, os pais, amigos, parentes, escola, etc. A religião faz parte e desde muito cedo, além de ensinamentos pelas pessoas, ela irá se deparar com inúmeras situações nos quais os valores religiosos serão mencionados, reforçados e cobrados por outras pessoas. Por exemplo, ao desdenhar da oração "Pai Nosso" do Cristianismo, a ser pronunciado em classe, um colega poderá dizer: "Isso é pecado. Fica quieto se não quiser orar". Valores religiosos podem ser, e são, muito diferentes entre si, como, por exemplo, Ganesha, o deus hindu com corpo de homem e cabeça de elefante, o qual os hindus o reverenciam e muito pois além de ser o deus da remoção de obstáculos, em qualquer tarefa ou trabalho, é aquele ao qual se reza para a prosperidade material. Muitos outros atributos lhe são atribuídos e seria cansativo ao leitor eu colocá-los aqui. Basta essa breve descrição para notarmos o quanto existem diferenças entre as religiões: compare com o cristianismo. As práticas religiosas ou praticar aquilo nos dado como valores religiosos, como orar, entoar cantos, etc., são atividades mexendo com o nosso psicológico porque os valores estão em nossas memórias e carregam consigo uma grande carga de emoções e sentimentos devidos, principalmente ao mencionado antes por mim, sobre tantos anos de educação religiosa. Imagine então você podendo visualizar a atividade cerebral de uma pessoa durante uma oração, ou várias, se concentrando nos próprios valores religiosos. Depois você analisa a atividade do cérebro de outra, mas de uma religião diferente ou crenças diferentes. Seria razoável supor, dependendo dos estados mentais nos quais essas pessoas chegariam, ao fato de interpretarem como sinais, evidências e até realidades sobre suas crenças? Tenho certeza que sim.
No primeiro livro de Andrew Newberg, o já citado "Por que Deus não vai embora", há um "porém". Deus vai embora sim: basta se parar o ensinamento do Cristianismo no mundo todo, acabar com todos os livros, citações sobre ele, estudos, etc., não se falar mais nele que as gerações futuras nem saberão e não sentirão nada a ele relacionado.
Referências
(1) – Argos Arruda Pinto. O meio ambiente social na formação das crenças religiosas. 2013. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/.../o-mei... >. Acesso em: 15/07/2022;
e
Argos Arruda Pinto. Neurociência e como se formam os valores religiosos em nossos cérebros. 2017. Disponível em: < http://argosarrudapinto.blogspot.com.br/.../neurociencia... >. Acesso em: 15/07/2022.
(2) – Argos Arruda Pinto. Consciência, amor-próprio, fé e transcendência. 2013. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/.../consc... >. Acesso em: 15/07/2022.
(3) - Budismo. Nova Enciclopédia Ilustrada Folha. São Paulo. Editora Folha de São Paulo. 1996. 2 v.
(4) - Vince Rause. The Biology of Belief. Los Angeles Times. 2001. Disponível em: < https://www.latimes.com/.../la-xpm-2001-jul-15-tm-22410... >. Acesso em: 15/07/2022.
(5) - Camelo César, D. (2020). ÄTMAN E BRAHMAN: FUNDAMENTOS DA REALIDADE. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 9(18), 331–347. https://doi.org/10.26512/pl.v9i18.29871 ou https://periodicos.unb.br/inde.../polemos/article/view/29871.
(6) - Argos Arruda Pinto. Por que Deus não "nasce" junto nas cabeças das pessoas? 2015. Disponível em: < https://orelativismodasreligioes.blogspot.com/.../por-que... >. Acesso em: 15/07/2022.
(7) - Andrew Newberg, Nancy Wintering, Mark Waldman. Comparison of Different Measures of Religiousness and Spirituality: Implications for Neurotheological Research. Religions 2019, 10(11), 637. Disponível em: < https://www.mdpi.com/2077-1444/10/11/637/htm >. Acesso em: 15/07/2022.
(8) - Argos Arruda Pinto. O relativismo religioso como eu o vejo: as muitas diferenças entre as religiões. Disponível em: < https://orelativismodasreligioes.blogspot.com >. Acesso em: 15/07/2022.
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