Palavras-chave: Fé, Evolução, Sentimento, Emoção, Neurociência, Religião, Relativismo Religioso.
Os
processos da Evolução não ocorreram somente nos corpos dos animais. As
funções cognitivas no ser humano foram selecionadas devido ao alto grau
de importância em nossa sobrevivência na Terra.
De
outra maneira, sentimentos e emoções também foram selecionados pela
Evolução. Nos mamíferos, como um exemplo, o amor, o carinho e o afeto,
dos pais pelos filhotes, filhos para nós humanos, são imprescindíveis em
nossa perpetuação como espécie, devido à imaturidade geral, digamos
assim, de como eles vêm a esse mundo. Não só isto, mas durante um grande
tempo precisam de proteção, alimentos, cuidados, etc., até atingirem
uma idade e experiência capaz de se separar dos pais para uma vida
independente. Algo parecido acontece com as aves, de modo menos
complexo, mas não quanto aos répteis, anfíbios e peixes. Estes deixam
uma prole com muitos indivíduos e se movimentando pelos meios ambientes,
garantindo a sobrevivência da espécie, mesmo com alguns deles não
sobrevivendo por muitos fatores.
Falo de sentimentos positivos e eles também nos unem em grupos sociais. Assim surgem regras e normas de comportamentos, mantendo o grupo unido, culminando com a educação, leis e suas aplicações, conforme a sociedade se torna mais numerosa e complexa.
A
Evolução, e uso sem as duas palavras anteriores, "Teoria da", devido à
enorme quantidade de evidências a fortalecendo, é mais difícil de ser
aceita por causa das influências religiosas do que compreendida como Ciência.
Se não fossem as religiões ela seria facilmente entendida não só em
termos dos corpos dos seres vivos, mas, também, das funções cognitivas
dos animais, com seu ápice nos seres humanos, e, ao respeito aos
sentimentos e emoções.
Sentimentos e emoções perpetuaram a espécie humana. A fé, como um sentimento, também entra nesta minha linha de ideias.
A
fé é um sentimento puro, mas canalizada aos valores religiosos de cada
religião dos seus adeptos (definição minha). E é nessa canalização,
complementando a definição, que, acho eu, não é explorada como se
deveria.
Teria ela uma base material? Seria um produto de reações físico-químicas ou uma alma seria responsável pela sua criação?
O
amor e a fé são os nossos sentimentos mais poderosos. A Ciência não
pode procurar entender a fé como resultado de algo transcendental a
criá-la e ser responsável pela sua ação.
Posso
dizer com a maior propriedade, sem realizar nenhuma pesquisa ou
perguntar a um dos dois aqui referidos: a carga emocional da fé de um
índio brasileiro tupi-guarani no deus Tupã* é igual a de um bispo da Igreja Católica, no Vaticano, em Deus. Mudam-se as crenças, mas a fé age com a mesma intensidade para cada adepto de uma religião.
Não sendo exclusiva a nenhuma religião específica, seria um sentimento
bruto a agir de acordo com as crenças aprendidas pelos adeptos de
quaisquer religiões.
Então,
como estudar a fé de uma maneira científica? Ela é um sentimento e foi
selecionada pela Evolução, simplificadamente, através dos genes criando
estruturas cerebrais e mecanismos para a sua criação e atuação. Como os
seres humanos poderiam, não criando em suas mentes, forças
sobrenaturais, crenças, valores religiosos, utilizando-se da sua
capacidade inata, a transcendência, de imaginarem a possibilidade da
existência de entes divinos interferindo em nossas vidas, etc., com um
sentimento poderoso como base, a fé, responder a perguntas, questões,
formularem respostas às inquietações existenciais produzidas pela
própria inteligência e a consciência de si próprios: “quem somos nós?”,
“de onde viemos?”, “por que estamos aqui?”, “quem nos criaram e para
quê?”, “por que existe o bem e o mal?”, “como lidar com eles?”, e,
provavelmente a mais aterradora de todas as questões, com suas inúmeras e
também outras terríveis questões dela provenientes, a qual a
consciência os perturbavam: a morte! “Por que morremos?”, “Para onde
vamos depois dela?”, “Voltaremos a este mundo?”, “Por que crianças morem
e muitos adultos não?”, “E o contrário?”, etc. E este “etc.” caminha
muito longe. Temos o amor-próprio, muito intenso por se tratar também de
amor e mantenedor da
nossa integridade física e mental. Então eu pergunto, como os seres
humanos do passado e de hoje responderiam a esta questão: “Quem quer
morrer?”. E o nosso egoísmo: "O mundo continua e nós não?". De maneira
oposta, derivada do fato dos estímulos negativos do meio ambiente, a
despeito dos estímulos positivos, o desgaste da nossa maquinaria
cerebral com o passar do tempo: “Quem gostaria de viver para sempre?”.
Não “inventaríamos” algo para descansarmos? Sim, talvez, a morte! Já vi
muitos idosos proferindo uma frase das mais assustadoras a qualquer
pessoa: “Eu já vivi demais”. Só o conflito gerado por duas dessas
posições opostas seria muito forte.
Tenho
certeza, em qualquer cérebro, inteligente, consciente de si próprio e
do corpo a qual faz parte, com amor-próprio, mas sem fé em valores
religiosos criados por ele e passados às outras gerações, sucumbiria às
questões acima formuladas por mim e outras derivadas delas, sendo
afetado por crises existenciais e levando-o a um ponto sendo o início e
concretização de muitos desequilíbrios emocionais. Não chegaríamos até
hoje com tantas doenças mentais decorrentes desses desequilíbrios.
A
seleção natural atinge estruturas cerebrais responsáveis pelos nossos
comportamentos através dos genes para tanto. E esses comportamentos vêm
dos nossos sentimentos e emoções. Selecionando comportamentos não
destrutivos e doentes, se seleciona os genes responsáveis pelas
estruturas para uma mente saudável.
E
se você se perguntar sobre um ateu? Ele pode não acreditar em nada, não
ter fé em nada, mas... terá fé em si mesmo! Ele acredita em si, em seu
potencial, possuí fé, para todos os dias acordar e começar uma luta na
qual todos estamos envolvidos: a procura de objetivos, sonhos,
realizações, etc. Para ele isso basta e ainda está ligada à motivação: sem as duas ele nem levantaria da cama!
Estamos acostumados a falar em fé nos referindo às religiões, mas, ela vai além disso.
Primeiro existe o acreditar e depois vem a fé. Alguém acredita em Deus mas não tem muita fé Nele; outro já possui tanta fé na qual toda a sua vida é guiada por frases, pensamentos e ações juntos a ela.
Até agora eu
disse de quatro fatores importantes, de propósito, a corroborarem com o
meu objetivo aqui: consciência, amor-próprio, fé e transcendência. Este é o nome de um artigo meu de 2013, com essa sequência de fatores como título e, evidentemente, neste assunto. (1)
Então,
se os sentimentos e as emoções, juntos ao raciocínio lógico, garantem a
sobrevivência de nós humanos, a fé, por este argumento, a qual nos
ajudou e ajuda, deve ser estudada como qualquer outro fenômeno natural de maneira científica, como eu já disse. E para tanto entro profundamente no conceito de valor.
“Um
valor se forma quando uma ou mais informações, chegando à sua mente,
são memorizadas e têm a capacidade de, quando estimulada por algum fato
futuro qualquer, gerar um sentimento que o levará a agir.” (2) “É
uma memória de emoção, em relação a algo material ou abstrato pelo qual
nós seres humanos temos consideração, apreço, sentimento. Simples isto?
Não! Por trás de uma frase desta existe muita ciência, centenas de anos
de pesquisas e descobrimentos, cientistas dando suas vidas pela verdade
e nem sempre tendo sucesso.” (3)
De
interesse para nós são os valores religiosos quando, no passado,
pessoas formularam com ideias e imaginação a existência de entes
divinos, inventaram crenças e orações, ritos, etc. Esses valores foram
se tornando absolutos conforme se cristalizavam nas memórias das pessoas
e estas passavam para os filhos e outros de uma comunidade. Respeito e
submissão aos valores também se reforçavam ao longo do tempo; assim
nasciam as religiões.
As
religiões são diferentes em muitos aspectos entre si, mas cada uma se
considera absoluta, verdadeira perante às outras. É o relativismo
religioso. Já o acreditar e a fé são absolutos, nascemos com eles.
Acreditaremos e teremos então fé nos valores religiosos ensinados pelos
nossos pais, irmãos, parentes, amigos, etc.; são anos e anos de
ensinamentos, de contatos diários com esses valores. Até podemos depois,
em outras idades, a vir a crer em outros valores, mas, vemos sempre a
grande maioria das pessoas seguirem os valores aprendidos na infância.
O
importante é mostrar a você sobre o poder da fé com relação,
primeiramente, aos deuses, os maiores valores das religiões,
cristalizados nas mentes das crianças, insubstituíveis por quaisquer
outros sendo poucas as exceções comparadas com o número total de
seguidores das próprias religiões.
Os
valores religiosos são memórias muito bem estabelecidas em sítios
cerebrais e, ao evocá-los para algum propósito, sobrevém a fé
“apostando” na obtenção de um objeto desejado, sendo ele material, uma
casa ou um carro, ou abstrato como uma possível cura de uma doença de
alguém, uma ideia a ser concretizada, a imaginação sendo posta a se
alcançar um estado de alívio ao se conseguir resolver um problema
aparentemente insolúvel.
São muito conhecidas, famosas, as experiências do neurologista e neurocientista estadunidense Andrew Newberg. Reproduzirei o meu artigo “Uma interpretação minha sobre os resultados de algumas experiências de Andrew Newberg” (4)
porque considero relevante tê-lo integralmente neste texto,
principalmente devido aos questionamentos sobre a natureza da fé, sobre
os valores religiosos das pessoas envolvidas e na importância
representada por elas, em termos de discernimento, a você leitor, a
respeito dos fundamentos principais das minhas ideias. Em alguns pontos
serei repetitivo, no sentido de tudo já apresentado por mim e peço
desculpas se ficar cansativo.
:::::
O artigo:
" 'Introdução
Este artigo foi escrito baseado na página de pesquisa do site do neurocientista estadunidense Andrew Newberg, < http://andrewnewberg.com/research > exceto por uma informação na referência (8), professor
e diretor de pesquisa do Instituto Marcus de Saúde Integrativa da
Universidade Thomas Jefferson – EUA. São poucas as informações no site
do Newberg mas, além de importantes na neurociência, são também famosas
porque descrevem alguns resultados e ideias dele sobre monges budistas
tibetanos e freiras franciscanas, meditando e orando, respectivamente,
sendo os cérebros escaneados pelo equipamento eletrônico sofisticado
SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único). Faço
analogias com minhas ideias nos meus blogs, dando uma interpretação, uma opinião própria sobre o assunto, mesmo sendo algo ainda em aberto.'
Andrew
Newberg, com todas as suas experiências, cunhou o termo neuroteologia,
uma nova disciplina, um ramo da neurociência a se estudar os
acontecimentos, fatos, fenômenos, etc., com o cérebro, quando das
experiências religiosas e meditações.
.
.
No item da página com o endereço citado acima na introdução, ‘Why do we believe what we believe?’ (Por que acreditamos no que acreditamos?), é dito: ‘nossas
crenças começam a se desenvolver no momento do nascimento e somos
pré-programados para acreditar em certos aspectos. No entanto, essas
formas são moldadas por tudo pensado, sentido e experimentado ao longo
da nossa vida’. A educação das crianças pelos pais e a influência dos
parentes e amigos, ou seja, o meio ambiente social, termo muito usado
por mim, influenciam nas crenças das crianças, salvo exceções, e levarão
para o resto das vidas delas. São os poderosos valores religiosos
passados a nós como verdades absolutas da religião nas quais,
principalmente os nossos pais, quiseram para nós. No cristianismo: Deus,
Bíblia, Os Dez Mandamentos (possuindo até regras de condutas sociais
como ‘não roubarás’, etc.), a oração ‘O Pai Nosso’, a oração ‘Ave
Maria’, etc. São valores muito intensos, os quais, quando evocados,
levarão as pessoas a estados mentais também intensos, percebendo-se
pelas experiências do Newberg, modificações em estruturas e/ou
funcionais em áreas cerebrais, a neuroplasticidade. (5)
Ainda
no mesmo item anterior você poderá ler: ‘...mas também podemos ter
crenças sobre [o] significado e propósito na vida, sobre religião e
sobre as profundas complexidades do universo. Como nossas crenças são
tão importantes para nossa sobrevivência, temos uma tendência a manter
essas crenças muito fortemente, mesmo quando apresentadas com opiniões
ou fatos opostos... ’. E aqui está um dos maiores argumentos das minhas
ideias no qual eu digo da importância para nós seres humanos, da época
do "surgimento" da consciência e mostrou, junto a nossa inteligência, o
quão difícil seria entender questões muito complexas e aterradoras para
um ser se ele não acreditasse em nada mencionado em vários artigos meus:
‘qual o sentido da vida?’, ‘para onde vamos após a morte?’, ‘quem somos
nós?’, ‘quem nos criou em primeiro lugar? (pois nos deparávamos com o
fato de mulheres gerando filhos e quem haveria gerado a primeira
mulher?)’, ‘existe vida após a morte?’, etc. Questões essas podendo
levar a desequilíbrios emocionais aos primeiros homens, repito,
inteligentes e conscientes de si e do mundo exterior a eles, nas quais
nossa espécie poderia perecer por não poder levar uma vida plenamente
quanto aos fatores indispensáveis à perpetuação como, por exemplo, a
reprodução.
Então os nossos valores religiosos, nossas religiões, estariam ligadas à evolução humana? Sim, como é mencionado no item ‘Are we ‘hard-wired’ for God? (Somos ‘ligação’, ‘base’, para Deus?): ‘...No
entanto, podemos dizer de duas funções primárias no cérebro podendo ser
consideradas de uma perspectiva biológica ou evolutiva. Essas duas
funções são automanutenção e autotranscendência. O cérebro realiza essas
duas funções ao longo de nossas vidas. E a religião também realiza
essas duas funções. Então, do ponto de vista do cérebro, a religião é
uma ferramenta maravilhosa porque ajuda o cérebro a desempenhar suas
funções primárias.’ (6)
Newberg constatou, durante a meditação dos monges, o seguinte fato descrito no item ‘How do meditation and prayer change our brains?’ (Como
a meditação e a oração mudam nossos cérebros?): ‘...Quando escaneamos
os cérebros dos meditadores budistas tibetanos, encontramos diminuição
da atividade no lobo parietal durante a meditação ... Esta área do
cérebro é responsável por nos dar uma sensação de nossa orientação no
espaço e no tempo. Nós levantamos a hipótese desse bloqueio, de todas as
entradas sensoriais e cognitivas nesta área durante a meditação,
estando associado à sensação de não espaço e sem tempo tão
frequentemente descrito na meditação.’
.
Os budistas acreditam em uma lei de interdependência entre todas as coisas no Universo, na Terra. (7)
Nos estados mentais produzidos nos monges, eles se sentiram em comunhão
com o meio ambiente, não havendo espaço separando-os desse próprio
meio.
Com
respeito às freiras, encontrei o seguinte relato: ‘...Quando os
cientistas estudaram as varreduras, sua atenção foi atraída para um
pedaço do lóbulo parietal esquerdo do cérebro chamada de área de
associação de orientação. Esta região é responsável por desenhar a linha
entre o eu físico e o resto da existência, uma tarefa requerendo um
fluxo constante de informações neurais fluindo dos sentidos. As
varreduras revelaram, no entanto, nos momentos de pico de oração e meditação, a redução dramática desse fluxo.’ (8)
Os monges e as freiras tiveram a mesma área cerebral afetada mas as interpretações de tudo sentido por eles foram de acordo com os próprios valores religiosos de cada um! Com tudo aquilo aprendido, tornando-se valores religiosos absolutos para eles, inclusive provando [mostrando como verdadeiro] o Relativismo Religioso. (9)
Nenhum deles interpretou como valores religiosos de outras religiões ou
crenças, ou ainda, sobre seus sentimentos e emoções, pelas
experiências, um conflito com as próprias crenças desacreditando as
experiências. Isto é o relativismo religioso, com cada um considerando
os seus valores como absolutos, não acreditando e até desprezando os
valores das outras religiões, mas, na realidade, existe uma relatividade
muito grande entre elas.
Na minha opinião, de acordo com todos os artigos do meu blog ‘O Relativismo Religioso – Como eu o vejo’, (10)
valores religiosos e crenças foram criados pelos seres humanos em todas
as épocas e locais, como um grande apoio, como necessidade de uma mente
consciente de si própria, com amor-próprio, com sentimento de fé e com a
propriedade de transcendência, gerando muitas religiões como eu digo na
referência (6),
não sendo os valores religiosos necessariamente reais, entes divinos
reais, etc. Para tanto, o acreditar e a fé são absolutos no ser humano,
nascemos com eles, e as pessoas irão manifestar esses sentimentos nos
valores religiosos criados. (11)
É esta a minha interpretação sobre as experiências do Newberg,
materialista, ateísta, como a Ciência deve se posicionar, mas reconheço a
existência, talvez, de muitos fatos a se descobrirem.
Já
Andrew Newberg é um cientista muito famoso, escreveu seis livros sobre
as suas pesquisas, possui uma grande responsabilidade como diretor de
pesquisa de uma universidade e, tenho certeza, não colocaria sua
carreira em xeque se afirmasse a existência de Deus só como um produto
da mente, e também assim também os outros deuses das outras religiões.
Além disso pode ser uma pessoa realmente crente em Deus, mas, é dele uma
frase suspeita: ‘não importa qual a religião, o importante é
praticá-la’. Ele sabe muito bem da importância dos valores religiosos e
das religiões para os seres humanos de todas as épocas e locais.”
:::::
Os
budistas se sentiram em comunhão com o meio circundante e fazendo parte
desse meio sem separação. As feiras se sentiram em comunhão, em união
com Deus. Uma delas disse: "Isto faz muito sentido para mim. Agora eu
entendo o grande impacto de Deus no meu cérebro". (12)
E aqui está um dos pontos principais das minhas ideias: as sensações foram as mesmas para todos eles mas as interpretações
tomaram rumos diferentes, cada qual de acordo com os próprios valores!
Cada grupo buscou em muitos pontos diferentes de seus cérebros, as
memórias daquilo aprendido desde muito jovens como sendo seus valores
absolutos.
Se
Deus fosse absoluto, a Verdade Absoluta, ele não apareceria nos
comentários dos budistas? E as freiras pensaram no Deus cristão sem
citar nenhum outro valor religioso de outra religião. Indo mais longe, Por que Deus não “nasce” junto aos cérebros, (13) às mentes dos cristãos, desde a infância? E os outros deuses das outras religiões? A resposta é simples: têm que ser ensinados tornando-se valores religiosos!
Cheguei a ideias e conclusões desse tipo desde 2007, quando comecei a escrever sobre o relativismo religioso. (14)
Soube das experiências de Newberg mais tarde mas não com detalhes, e,
confesso, fiquei surpreso muito tempo depois ao traduzir a página de
pesquisa dele na internet, (15) notando muitas semelhanças com as minhas ideias. E agora estou satisfeito porque tenho uma base experimental a me apoiar.
Newberg
possui uma frase muito suspeita, mencionada acima: “...Nossas crenças
começam a se desenvolver no momento do nascimento e somos
pré-programados para acreditar em certos aspectos. No entanto, essas
formas são moldadas por tudo refletido, sentido e experimentado ao longo
da nossa vida.” E também uma declaração também suspeita em entrevista a
uma revista brasileira, a ÉPOCA (16), segundo a repórter Letícia Sorg que o entrevistou: "...[ele] diz que nenhuma religião é melhor do que outra: o importante é praticar a fé sem intolerância ou radicalismos". É o mesmo que "Não importa qual a religião, o importante é praticá-la”, o nome do artigo na revista.
Sejamos
sinceros, racionalistas: Andrew Newberg saberia dos resultados de suas
experiências se colocasse um hindu praticante em um SPECT. Você
acreditaria mesmo em uma revelação de um hindu com respeito a uma
comunhão com o Deus cristão, algo nunca estudado, refletido por ele e,
mais ainda, algo não pertencente às próprias crenças? Imagine então se
Newberg fizesse experiências com diversos crentes de diversas religiões:
haveria uma confusão, um choque na compreensão dos leigos a respeito
das experiências os quais provavelmente rejeitariam esse trabalho tão
árduo e longo. A
confusão residiria em questionamentos se existiria somente o Deus
Cristão ou somente os deuses do hinduísmo; a rejeição às experiências do
Newberg seria muito grande havendo discussões entre essas duas
religiões, etc. Talvez
ele colocaria a própria carreira em risco. Digo assim porque a força do
cristianismo, do protestantismo nos EUA, e em qualquer país, é tão
grande e influente, que, no mínimo, algo de ruim aconteceria com a
carreira dele. Na minha opinião resolveu ficar quieto.
No
site dele no qual escrevi o artigo acima e até hoje, não há uma
continuação com praticantes de outras religiões. Tudo está parado nas
freiras e nos budistas e cabe dizer da natureza filosófica do Budismo,
não sendo uma religião com um deus como o Cristianismo. No “link” "research"
do site continuam as mesmas questões da época das minhas pesquisas para
escrever o meu artigo. No momento ele discorre sobre neuroteologia e a
religião judaica no livro "The Rabbi's Brain: Mystics, Moderns and the Science of Jewish Thinking". Vale a pena salientar a equivalência entre o Deus cristão e o Deus judaico.
A
Psicologia Evolucionista, um ramo da Psicologia, também é uma Ciência e
deve ser estudada e compreendida sem nenhum fator imaterial,
sobrenatural,
a influenciar fenômenos mentais. Nem seria Ciência se assim fosse. Vejo
psicólogos orientarem pacientes a cuidarem de suas espiritualidades e,
realmente, poderá chegar um dia de muitas discussões se a alma interfere
em nossas mentes ou não. Até já disse em um artigo (17) sobre uma
possível revolução científica-filosófica nesse sentido. Por enquanto a
Ciência caminha normalmente a explicar os fenômenos naturais pelo seu
modo muito bem conhecido, o materialismo.
Nota
(*) O deus verdadeiro dos tupis-guaranis é Nhanderuvuçu e Tupã o seu mensageiro. Tupã é uma manifestação de Nhanderuvuçu na forma do som do trovão. Essa confusão se deu aos jesuítas e permanece até hoje em nossa cultura. Por isto escrevi assim para facilitar ao leitor.
Referências
1 – PINTO, A. A. Consciência, amor-próprio, fé e transcendência - A moderna Teoria da Evolução, 2012. Disponível em: < https://argosarrudapinto.blogspot.com/2018/10/escrito-em-22112012.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
2 – CASTRO, A. O. Um novo homem para um novo milênio. Rio de Janeiro: Editora Papel Virtual, 1999. p.
3 - PINTO, A. A. Neurociência e como se formam os valores religiosos em nosso cérebro, 2017. Disponível em: < https://neurorreligacao.blogspot.com/2017/04/neurociencia-e-como-se-formam-os.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
4 - PINTO, A. A. Uma interpretação minha sobre os resultados de algumas experiências de Andrew Newberg, 2018. Disponível em: < http://argosarrudapinto.blogspot.com.br/2018/03/uma-interpretacao-minha-sobre-os.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
5 - PINTO, A. A. O meio ambiente social na formação das crenças religiosas, 2013. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/2013/03/o-meio-ambiente-social-na-formacao-das.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
e
PINTO, A. A. Neurociência e como se formam os valores religiosos em nossos cérebros, 2017. Disponível em: < http://argosarrudapinto.blogspot.com.br/2017/02/neurociencia-e-como-se-formam-os.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
6 - PINTO, A. A. Consciência, amor-próprio, fé e transcendência, 2013. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/2013/06/consciencia-amor-proprio-fe-e.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
7 - Budismo. Nova Enciclopédia Ilustrada Folha. São Paulo. Editora Folha de São Paulo. 1996. 2 v.
8 - Mundo da Psicologia. O que faz a oração? O que o amor faz? 2017. Disponível em: < http://pt.psy.co/o-que-faz-a-orao-o-que-o-amor-faz.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
9 - PINTO, A. A. O relativismo religioso como fato através das experiências do neurocientista Andrew Newberg, 2018. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/2018/04/o-relativismo-religioso-como-fato.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
10 - PINTO, A. A. O Relativismo Religioso – Como eu o vejo, 2007. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/2007 >. Acesso em: 09 jan. 2019.
11 - PINTO, A. A. O acreditar e a fé como vantagens evolutivas, 2008. Disponível em: < http://finalizacaoargos.blogspot.com.br/2008/02/o-acreditar-e-f-como-vantagens.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
12 - JÚNIOR, N. O Cérebro e a Religião, 2013. Disponível em: < https://neriojunior.blogspot.com/2013/06/o-cerebro-e-religiao.html >. Acesso em: 06 jun. 2019.
13 - PINTO, A. A. Por que Deus não "nasce" junto nas cabeças das pessoas?, 2018. Disponível em: < https://argosarrudapinto.blogspot.com/2018/09/por-que-deus-nao-nasce-junto-nas.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
14 - PINTO, A. A. O Relativismo Religioso – Como eu o vejo, 2007. Disponível em: < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/2007 >. Acesso em: 09 jan. 2019.
15 - NEWBERG, A. Research, 2014 - 2017. Disponível em: < http://andrewnewberg.com/research >. Acesso em: 09 jan. 2019.
16 - SORG, L. Não importa qual a religião, o importante é praticá-la, 2009. Revista Época. Ciência e Tecnologia. Disponível em: < http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI65037-15224,00-NAO+IMPORTA+QUAL+A+RELIGIAO+O+IMPORTANTE+E+PRATICALA.htm >. Acesso em: 09 jan. 2019.
17 - PINTO, A. A. A base material dos sentimentos. Sistemas, Teoria da Evolução e Neurociência, 2008. Disponível em: < http://sistemaevolucaoneurociencia.blogspot.com/2008/01/base-material-dos-sentimentos.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
e
PINTO, A. A. A base material dos sentimentos. Revista Cérebro e Mente, 2001. Disponível em: < http://www.cerebromente.org.br/n12/opiniao/sentimentos.html >. Acesso em: 09 jan. 2019.
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