quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Introdução

Palavras-chave: Religião, Relativismo Religioso, Filosofia.


Observação: depois das referências coloquei dois vídeos nos quais duas pessoas, uma evangélica do site TV Canção Nova e outra budista, da monja Coen, famosa no Brasil, nos mostrando claramente o quanto uma não admite a outra, embora se respeitem. Na Canção Nova um evangélico se refere ao Taoismo e a todas as religiões e filosofias advindas do mundo oriental. Detalhe interessante é a monja Coen se referindo a uma japonesa perguntando "quem é essa imagem que se parece com Buda?" sobre o Cristo Redentor! Estava ironizando; nem conhecia Cristo.
 

Um fato importante do relativismo religioso é uma questão bem desagradável a qualquer pessoa religiosa: cada religião considera as suas verdades como absolutas, mas, qual será a correta? Digo, elas chegam a desprezar as crenças e dogmas umas das outras, seus fiéis consideram outras crenças até como “satânicas” e por aí se vai. Existe então uma relatividade muito grande em todas as religiões criadas até hoje: suas bases, levando-as a ritos e crenças muito diferentes entre si e dependente do local, contexto social, etc., em suas criações, mostram definitivamente a não existência de uma religião absoluta, possuindo verdades absolutas. Evidente a existência de verdades comuns às religiões como o amor ao próximo, a posição contra o homicídio, o respeito entre as pessoas, etc., mas, em muitas crenças, principalmente sobre os próprios deuses e o que eles realizaram, se derivando muitos "fatos" desse ponto, são muito diferentes entre si. Tomo como exemplo as muitas visões diferentes do surgimento do mundo, dos seres vivos, do ser humano, nas crenças do Cristianismo, Hinduísmo, Islamismo e o Xintoísmo japonês. 

Religiosos se defendem: como pode então o relativismo ser uma verdade absoluta se as verdades são relativas? Como resolver um impasse desses? Estamos em teoria, na filosofia religiosa, e podemos colocar em prática uma pesquisa, um levantamento, por assim dizer, sobre as religiões e o quanto os fiéis estão satisfeitos e felizes ao praticá-las. Na realidade, só o fato de não vermos uma fuga em massa de uma para a outra em pequenos intervalos de tempo, em apenas décadas, por exemplo, temos um forte indício da satisfação dos adeptos pelas suas crenças. Não vemos notícias do tipo: a maioria dos cristãos no planeta se converteram ao budismo, islâmicos ao cristianismo, xintoístas ao islamismo. O relativismo religioso em termos filosóficos apresenta problemas, mas na vida real todos, com exceções, os praticantes das próprias religiões as consideram absolutas e são felizes, vivem uma vida plena em espiritualidade com valores religiosos dos mais diferentes perante as outras religiões. E quando falamos em exceções, minorias desprezíveis não contam. 

Perceba a importância desse fato em nosso mundo tendo muitas crenças absurdas para uns, verdades às outras, corretas ou incorretas em religiões diferentes, etc. Você, Cristão, não pode chegar a um Xintoísta e dizer para ele se converter ao cristianismo pois as crenças do Xintoísmo estão erradas. O contrário também é verdadeiro.
      
Outro problema, e também teórico, diz exatamente assim: " ...O que é o relativismo moral e religioso? É uma linha de pensamento que nega haver uma “verdade absoluta e permanente” como a Revelação de Deus nas Escrituras e na Tradição da Igreja. Então, deixa por conta de cada um definir a "sua verdade” e aquilo que lhe parece ser o seu bem, como se a verdade fosse algo a se escolher e não a se descobrir. Nessa ótica, tudo é relativo ao local, à época ou a outras circunstâncias." (1) 

Não se pode confundir o individual e o coletivo. Uma pessoa escolherá a religião a seguir de acordo com as suas ideias e convicções, mas outras centenas de milhões, ou mais de um bilhão, seguirão a mesma com os valores aprendidos desde a infância. É a força dos valores religiosos (2) transmitidos não somente de pais a filhos, mas de todo o ambiente social para as crianças: parentes, amigos, pais de amigos e até a mídia em programas televisivos, etc. 

Entre a teoria e a prática fico com a prática pois ela nos revela o que de fato acontece no mundo todo por todas as religiões.
  
Converso muito com pessoas e, só dizer o nome de uma religião diferente da cristã aqui do Brasil, elas pronunciam frases como "é satânica", "é do diabo", "é do mal". Existe muito de ignorância por aí também!
         

Referências
1 - AQUINO, F. O relativismo no ambiente da fé, 2014. Disponível em: < https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/o-relativismo-no-ambiente-da-fe/ > Acesso em: 22 jan. 2019. 

2 - PINTO, A. A. Neurociência e como se formam os valores religiosos em nossos cérebros, 2017. Disponível em: < https://orelativismodasreligioes.blogspot.com/2017/04/neurociencia-e-como-se-formam-os.html >. Acesso em: 23 jan. 2019.


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TV Canção Nova
O que a Igreja diz sobre o Taoismo?

Postado no YouTube em: 25/05/2017






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Como o Budismo enxerga Jesus, a Bíblia e o Cristianismo? | Monja Coen Responde | Zen Budismo

MOVA - Fábio Lonardoni

Postado no YouTube em: 13/04/2017

 


 

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