Escrito em: 19/03/2007.
Revisado em: 08/10/2018.
Palavras-chave: Altruísmo, Egoísmo, Religião, Salvação.
Cena
comum em cidades no mundo inteiro: um mendigo enfermo sentado em uma
calçada pede uma esmola a alguém. Existem vários tipos de pessoas e
podemos obter algumas conclusões de um episódio desse.
Uma passa pelo mendigo, não dá nada, não possui nenhum sentimento humanitário, solidário. Outra dá algum dinheiro porque tem pena daquela
pobre criatura. Outra mesmo com pena não cede. Enfim é uma situação
nada simples e se poderia falar em dezenas de reações dos pedestres.
Mas
um fato eu afirmo categoricamente: muitas, mas muitas pessoas sentem,
lá no fundo, um certo peso na consciência. Elas são a única salvação do
enfermo, mas não se mobilizam para salvá-lo, nem a outro. Não entram
para alguma associação de caridade, não se envolvem. Claro que não, o egoísmo é poderoso. Poucas praticam o altruísmo.
Muitas
rezam pelo próximo em suas igrejas ou mesmo sozinhas em casa, pelos
cuidados de Deus. Ficam aliviadas, extraem o peso de suas consciências
porque delegam a um ente abstrato uma responsabilidade só sua. Unicamente sua. Fácil não?!
Por natureza somos e vivemos entre dois polos:
o egoísmo e o altruísmo. Estaríamos extintos se fôssemos 100% só um
deles. Só egoístas não formaríamos sociedades, famílias. Só altruístas
esqueceríamos de nós mesmos por completo. Nem conseguimos pensar direito
como seríamos totalmente.
Onde quero chegar? Bem, sou otimista quanto ao nosso futuro como espécie animal.
Milhares
de anos de cultos, seitas e religiões e o homem não aprendeu muito a
respeito de solidariedade, humanidade e altruísmo. Continuamos nos
matando e explorando uns aos outros.
Não
é possível extirpar nosso lado egoísta, mas podemos e devemos
desenvolver o nosso lado altruísta. E será com este lado com o qual o
homem aprenderá a dar mais valor ao seu semelhante e, o mais importante,
agirá em benefício deste. Não quero dizer em substituição das
religiões: temos um lado de acreditar em algo superior e mais de 90% da
população mundial possui alguma crença.
Já
a ciência e a tecnologia, em dois ou três séculos, aumentaram e muito a
vida média das pessoas, colocaram o ser humano em uma época de maior
conforto de sua história e irão reparar os danos oriundos desse avanço.
Isso é o ser humano se voltando ao próprio ser humano. E neste ponto
entra a Educação em geral!
Imaginem
novos materiais a construírem moradias mais baratas, alimentos
nutritivos e acessíveis à população de baixa renda, mais trabalho,
assistência médica, etc.
Se
com o egoísmo nada disso valeria, a prática do altruísmo pode levar o
ser humano a um patamar em qualidade de vida nunca imaginada por
ninguém. Só religiões não bastam!
Nota:
A salvação espiritual pregada pelo cristianismo e todas as outras religiões prometem e conseguem melhoras em pessoas de seus estados emocionais negativos. E poderão assim ter uma melhora na qualidade de vida conseguindo estabilidade financeira e melhores níveis de vida em conforto, bem-estar e saúde. Mas a neurociência está provando que a prática das religiões envolve áreas cerebrais responsáveis pela ansiedade, angústia, depressão, etc. Na verdade, então é uma melhora psicológica. Psiquiatria, psicologia e a neurociência, entre as suas ramificações, poderão substituir e/ou ajudar qualquer prática religiosa para os males do cérebro. Mais uma vez é o ser humano se voltando ao próprio ser humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário